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sábado, 8 de dezembro de 2012

CARTA ABERTA AOS EMPRESÁRIOS E SOCIEDADE SANTIAGUENSE!



Inicio minha reflexão carregado de dor ao relatar o que sempre esteve constatado, porém de forma velada, coberta com discursos de piedade e de descartabilidade. Esta semana conversava com uma querida amiga de longa data, pessoa competente, empenhada em suas tarefas profissionais e de um caráter inquestionável, há ia esquecer sua condição: desempregada. Assumidamente negra! Chorando me disse estar cansada, esmorecida, foram muitos “nãos”, sem entender direito forcei: não entendo? E venho à triste e penosa revelação por mim já constatada há anos, diz ela: “formação tenho, vontade de trabalhar tenho, postura profissional tenho, disponibilidade de horários tenho, e foram muitos “tenho” a única coisa que não tenho é a pele branca. Não consigo nem ser entrevistada e as respostas vão desde vamos analisar teu currículo até nós procuramos outro tipo de pessoa. ”De imediato me coloquei no lugar da “amiga de cor negra” e fiquei a pensar: hoje temos as cotas para a pessoa portadora de deficiência e por isso algumas instituições correm como “bala de canhão” atrás de pessoas que se enquadrem nas cotas para “dar conta” da legislação. Minha pergunta é como ficam os demais que não se enquadram, por condição, na caixa mental que nós mesmos criamos? Mais cotas, para negros, homossexuais e sabe se lá quem mais, estou indignado, e enviei pessoalmente à autoridade de mídia a situação horrorosa que vivemos na Cidade que temos a coragem de chamar de Educadora: educadora da diversidade também? Empresários, instituições constituídas, cuidado e um apelo: abram a mente, pulem fora do barco da hipocrisia, aprendam a superar a mentalidade moralista que pulsa num comportamento que exclui e alerta porque tenho a impressão que mais cotas virão por aí se não houver o respeito à dignidade humana. Bom e quanto a essa querida pérola negra, ajudei na mudança esta semana, teve que ir embora para poder inserir-se no mercado de trabalho e para uma cidade bem menor que a nossa em tamanho geográfico, mas enorme em acolhimento as diferenças. Meus sentimentos a esta amiga e meu registro envergonhado de saber que abandonou nossa Santiago porque não nasceu branca.
Que fiquem as reflexões, a de mais meu luto!

Prof. Esp. Rodrigo Dalosto Smolareck