A pergunta: “Quem bateu na sua porta?” nos remete
uma infinidade de imaginários sobre o que podemos encontrar atrás desta porta
ao abri-la, ou ainda que surpresas serão reveladas, tudo muito excitante,
todavia imaginemos que esta porta é uma mudança radical em nosso ciclo de vida,
um convite para rompermos com vestuários sociais antigos, possibilidade de revermos
nossos conceitos sobre o mundo, as pessoas, as coisas que nos cercam, as
relações que estabelecemos e com quem estabelecemos. Interessante esta condução
reflexiva!
Creio que sim, pois caberia nos perguntarmos então, o quê nos
aguarda do outro lado da porta, o quanto de nós sabemos e o quanto de nós ainda
temos que saber para vencermos tantas crendices que nos fazem não abrirmos algumas
portas: medo de errar, preconceitos arcaicos, apego a concepções antigas,
estreiteza de visão de mundo, incapacidade de acolhimento, falta de humildade,
fragilidade em entender o outro, enfim um verdadeiro cardápio repleto de opções
para nos fazer pensar sobre o toc, toc na porta. O importante é entendermos que não basta abrir
portas é preciso atravessá-las assumindo com constância tudo aquilo que com a
revelação de outro ciclo virá e assim vamos nos reinventando diante dos golpes
rasteiros da inveja e de nossa vocação para sermos sujeitos do inacabamento,
cheios de portas: umas para serem abertas, outras talvez para serem fechadas, e
disso nós temos que saber!